sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Divagando Nostalgias

Não lembro um dia sequer que o futebol não fez parte da minha vida. Lembro quando menor, quando comecei a me interessar por futebol a nível mundial, gostava de ver Álvaro Recoba atuar, quando raramente conseguia. Ele fazia as coisas parecerem simples, os adversários pareciam bonecos e o mais genial era a forma com que cobrava uma falta, que foi o que me fez admirá-lo ainda quando pequeno e pouco entendia do assunto. Hoje, revendo gols e jogadas de Recoba me senti feliz, primeiro porque me faz feliz ver o futebol quando ainda se agarrava em sua verdadeira essência e, segundo, por saber que quando criança eu já tinha muita noção do que muita gente ainda não tem e nem nunca vai conseguir ter.


Assim como a liberdade, o futebol também não se explica, isto porque pode ser vivido de inúmeras formas, cada um com seu jeito – único – de torcer e viver o jogo. Porém, há uma parcela de pessoas que tem isto como um problema crônico e embora muita gente possa gostar de futebol em inúmeros graus – eu tenho certeza – há poucos que não conseguem explicar. Vamos denominá-los (nar-me), portador do “Transtorno Obsessivo e Compulsivo Futebolístico”. É tão eu que deveria ser meu sobrenome. E sei que muita gente também não se explica por este mundo. 24 horas por dia de futebol, independente do clima, humor ou ocasião. Isto porque o portador deste transtorno cria uma espécie de “sub-funcionamento” que atua no cérebro pensando 24 horas em futebol, mesmo que o cerebelo esteja fazendo qualquer outra coisa. É triste, e não engraçado. Isto porque o cérebro se confunde muito e quando chega a um nível de informação a cabeça começa a se confundir e jogadas e gols, que embaralham dentro de um arquivo denso de lembranças e informações que tu alimentou durante anos.

E pensar que hoje, para sentirmos arrepios vendo futebol temos de nos sujeitar as nostalgias, daquela época em que a cada fim de semana aparecia um gol, ou dois, de Recoba em algum Esporte Espetacular da vida para as crianças que naquela época já sabiam que não existia só os não menos saudosos – Romário, Bebeto, Zidane, entre outros -  É bom olhar pra trás e ver que deu pra viver os últimos anos de futebol de verdade, embora seja triste ver como está hoje e saber que no auge da minha vida, minha paixão tenha se transformado no que hoje é. Assim como na noite de ontem, onde cheguei embriagado depois de uma partida de futsal, assistirei por toda minha vida jogadas de Hagi, Gazza, Beckenbauer, Schmeichel, Baresi, Weah, Cruyff, Roger Milla e outros que eu ouvia falar ou esporadicamente ver, em algum lance num Domingo de manhã ou em um quadrinho de revista Placar, em alguma Copa do Mundo da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário