segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"Tonite we dine in hell!


- Eu realmente estaria sendo hipócrita se "julgar" as barras de uma forma imparcial, porém, é muito fácil aos olhos de quem está do outro lado diferenciar. Quando entramos ontem em campo, contra o Internacional, em casa pelo Gauchão, em momento algum sentimos a pressão costumeira das torcidas do interior. O Fator local é determinante no Estádio Vermelhão da Serra, é uma questão cultural que obviamente não é propagandeado pelas emissoras de TV, mas os resultados dizem tudo. É realmente complicado ganhar do Passo Fundo em casa, e o Internacional sentiu isto ontem. Bem como sentiu também a sua torcida, que acostumada a dar verdadeiros bailes de alento nos estádios do interior, ontem se viu com uma torcida de fibra.
- A começar pelo incidente em frente ao Bar do Carlão, enquanto assávamos um churrasco e bebíamos, o ônibus da Popular, abarrotado de Portoalegrense, cruzou em frente ao nosso bar e eles puderam ver (vide suas reações) que aqui realmente não seria o café-com-leite que eles costumam ver em demais cidades. A opção de seguir andando de ônibus e não parar para um confronto foi a decisão mais certa a se tomar pela turma de Porto Alegre, afinal, experientes em cancha que são, sabem que não se entra em combate sem conhecer o terreno, e neste "terreiro" só há um Galo que canta alto.
- Dentro de campo, obviamente, as fileiras da Guarda Popular foram se engrossando com os telespectadores de Passo Fundo que pagam para poder torcer contra o time da sua cidade, afinal, é uma questão cultural de Passo Fundo difamar e odiar a própria cidade, fruto da burrice do povo que se quer para pra pensar que depois do jogo, pegará seu carro e irá direto para suas casas em 10, no máximo 15 minutos de distância do Vermelhão. Depois, é torcer para que o Passo Fundo não caia e assim, ter novamente seus clubes da capital aqui. Quase que um pensamento de lesma, diria eu. E realmente o Passo Fundo não vai cair, pois cada dia que passa mais pessoas entendem o significado do clube e mais força o Tricolor tem para seguir com a tradição que o sustenta, na primeira divisão.
- Sendo sincero, não ouvi a Popular cantar no Vermelhão da Serra, embora saiba que tenha o feito, quando se passava os olhos podia se ver, porém, não podia se ouvir as grossas camadas de Passo Fundenses gritando ódio a sua própria cidade, isto porque o sentimento é vazio, por mais alto que se cante, se canta sem sentido, se canta sem amor. Pois ter um time a tantos km de distância é a mesma coisa que namorar uma mulher da Bahia, que você vê uma vez por ano e acha que ela consegue te "dar no couro" em um dia só por ano.
- É tão gratificante ser Bairrista, valorizar aquilo que teus antepassados criaram e valoraram também. Pouco importou o resultado se demos de goleada na arquibancada. Pouco importa ter levado 2 gols se somando os dois do rival, não se equivaleu a 1% da emoção do nosso único gol, de rebote, de Uruguayo, na força, na raça, no bate-e-rebate... Isto é o futebol, isto é o interior. O Interior sobrevive no coração daqueles verdadeiros românticos do futebol. O Espírito ontem era de Luta, de Força, de Tradição, a população está finalmente abraçando o Passo Fundo como ele merece. Este clube lindo, cheio de emoção para dar.
- Não há nada que possa me convencer que ter entregue todo meu amor a ti tenha sido ruim.


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